Por que – Grão de Mostarda

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Após três anos de efetivo exercício da magistratura, a mentora do projeto, Dra. Isabele Papafanurakis Ferreira Noronha, idealista em suas convicções e princípios de justiça, sentiu-se desmotivada no exercício jurisdicional, vez que o trabalho exclusivamente no gabinete, não lhe trazia a realização pessoal que buscava como magistrada. Como juíza de direito buscava mudar a sociedade em que vivia, todavia, não atingia a finalidade almejada com a manutenção de uma postura inerte diante dos problemas vivenciados no cotidiano forense. Neste contexto, surgiu a ideia do “Grão de Mostarda”, um projeto que tem como objetivo a mobilização de toda a sociedade, cada setor dando a sua contribuição, ou seja, colocando um “grão de mostarda” para a formação de uma sociedade mais justa, menos violenta e pacificada. O projeto ‘Grão de Mostarda’ tem inspiração bíblica: “O grão de mostarda é a menor de todas as sementes, contudo quando cresce, torna-se uma árvore, vêm os pássaros e se aninham em seus ramos” (Mt 13,32). Nesse sentido, o projeto é uma pequena atitude da juíza ao realizar eventos a cada dois meses na delegacia; é o primeiro emprego ao egresso disponibilizado pelo empresário; é a palavra de um evangelizador que se desloca ao cárcere; é o ensinamento de um professor que se disponibiliza a qualificar os detentos para o mercado de trabalho; é o atendimento de um médico que se desloca a cadeia pública local para curar o enfermo; é a atitude de uma criança que recolhe uma garrafa reciclável na rua e a remete à Delegacia para viabilizar o trabalho aos detentos… enfim, cada uma dessas pessoas, fazendo a sua pequena parte, contribuem para “fazerem a diferença” na sociedade onde vivem. A árvore frondosa com bons frutos, evidentemente, é o que se espera de um detento ressocializado frente às atividades desenvolvidas pelo ‘Grão de Mostarda’. No início de seu trabalho a magistrada dizia que “se apenas um se regenerar, me sentirei realizada pelo trabalho desenvolvido.” Felizmente, após quase três anos de trabalho, há inúmeros exemplos de egressos que estão trabalhando, plenamente reinseridos na sociedade e sem retorno ao mundo do crime (vídeo em anexo com depoimento de egressos). No mesmo sentido, aqueles que não obtiveram a liberdade e encontram-se no cárcere, já se sentem impactados com as atividades desenvolvidas pelo projeto e tem o firme propósito de, um dia em liberdade, construírem uma nova história de vida (vide carta de réu confesso sobre a importância do Projeto).

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